Voltar Avançar Capítulo 1 : Miserere Nobis
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#1 Miserere nobis

“Tudo começa com um órgão solene e sagrado. O clima de igreja é subitamente profanado por um sino de bicicleta. Logo em seguida ouvimos o grave de um baixo, uma batida marcial e entra o riff antológico de violão, bem alegre, mas urgente, como uma convocação militar. Quando aparece a voz de Gilberto Gil, já estamos bem acordados esperando outra surpresa, mesmo um canto em latim que traduzido pede piedade e orações para todos nós.”

Texto: Hermano Vianna
Imagem: Ernane Cortat
Música: Gilberto Gil e Capinan

Miserere nobis

Gilberto Gil e Capinan

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Já não somos como na chegada
Calados e magros, esperando o jantar
Na borda do prato se limita a janta
As espinhas do peixe de volta pro mar

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Tomara que um dia de um dia seja
Para todos e sempre a mesma cerveja
Tomara que um dia de um dia não
Para todos e sempre metade do pão

Tomara que um dia de um dia seja
Que seja de linho a toalha da mesa
Tomara que um dia de um dia não
Na mesa da gente tem banana e feijão

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Já não somos como na chegada
O sol já é claro nas águas quietas do mangue
Derramemos vinho no linho da mesa
Molhada de vinho e manchada de sangue

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Bê, rê, a - Bra
Zê, i, lê - zil
Fê, u - fu
Zê, i, lê - zil
Cê, a - ca
Nê, agá, a, o, til - ão

Ora pro nobis

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