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Música

A Escola de Música foi um dos principais eixos na modernização da Universidade Federal da Bahia.
Sua fundação ocorreu em 1954, durante a gestão revolucionária do reitor Edgard Santos. Com o primeiro nome de Seminário de Música da Bahia, a Escola promoveu durante quase duas décadas uma renovação completa no repertório musical baiano. Dodecafonismo, serialismo, obras de John Cage, Arnold Schoenberg e Pierre Boulez eram introduzidas aos alunos pela didática de seu diretor, o renomado maestro alemão Hans Joachim Koeullreutter. Seus ensinamentos, sua vasta bagagem musical e cultural e seu contato
in loco
com as vanguardas musicais européias deram a Koellreutter a possibilidade de inaugurar um novo tempo na música erudita – e popular – da Bahia.

Um dos primeiros intelectuais europeus convidados diretamente pelo reitor Edgard Santos a compor
o quadro de professores da renovada UFBA, Koellreutter permaneceu à frente da Escola de Música entre 1954 e 1963. Ao sair, passou o cargo para o maestro suíço Ernst Widner, do Conservatório de Zurique. Widner permaneceu longo tempo vinculado à Escola de Música, fazendo parte da cena erudita baiana
e nacional. Apesar de não ser um vanguardista nato como Koellreutter, sua presença foi fundamental
para a continuidade do espírito de liberdade e experimentação da Escola.

Ao lado dos dois maestros europeus, outro músico suíço ajudou a formar o tripé vanguardista da música erudita baiana. Anton Walter Smetak, que era violoncelista e artista plástico, trabalhou intensamente durante esse período, deixando como legado aos músicos baianos uma obra ampla e complexa. Em 1957, após conhecer o maestro Hans Joachim Koellreutter e tocar violoncelo em um concerto vanguardista
com ele, foi convidado pelo mesmo para fazer parte da Escola de Música da UFBA. Smetak aceitou
o convite da universidade, onde lecionou e trabalhou por doze anos.

Na UFBA, Smetak passou a dedicar-se à pesquisa musical, cujo foco era a criação de seus instrumentos musicais inovadores. Batizados com nomes como vina, vau, violão em microtom e araras, tais instrumentos são verdadeiras obras de arte. Suas pesquisas se davam na sua oficina, localizada no subsolo da Escola de Música. No final da década de sessenta, já com a saída de Edgard Santos e Koellreuter, Smetak passou a atuar em novas frentes musicais. Sua oficina recebia com freqüência as visitas de músicos e jovens intelectuais. Dois anos depois, seu atelier começou a ser freqüentado por Gilberto Gil, Rogério Duarte, Tuzé de Abreu, Djalma Corrêa entre outros, selando a reconhecida influência de sua obra nos músicos e intelectuais do tropicalismo.

O Seminário – depois Escola – de Música da UFBA foi fundamental para a formação de toda uma geração que, como Caetano Veloso, Tom Zé e Gilberto Gil, aprendeu em suas aulas e na convivência cotidiana
com os professores a buscar permanentemente a Inovação estética e as novas informações que estão disponíveis na música contemporânea.
 
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