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Em abril de 1967, é realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ a mostra coletiva Nova Objetividade Brasileira. Organizada por artistas e críticos como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Rubens Gerchman, Lygia Pape, Glauco Rodrigues, Carlos Vergara, Flávio Império, Nelson Leirner, Mário Pedrosa, Sérgio Ferro, Waldemar Cordeiro, entre outros, a mostra reuniu diferentes vertentes das vanguardas nacionais: arte concreta, arte neoconcreta, novas figurações - em torno da idéia de "nova objetividade". Esta noção origina-se nos escritos teóricos de Hélio Oiticica sobre a situação das artes e da vanguarda no Brasil. Oiticica defendia ser o termo "nova objetividade" o que mais fielmente traduzia as experiências das vanguardas brasileiras,
em geral, e a sua trajetória, em particular. Para Hélio Oiticica
há uma tendência à superação dos suportes tradicionais (pintura, escultura etc.), em proveito de estruturas ambientais e objetos.
       
       
A mostra era uma espécie de balanço dos diversos caminhos trilhados pela arte nacional naquele momento. A criação de objetos de diversos tipos, bem como a defesa de soluções propriamente nacionais, que não sejam cópias do que se produz nos centros internacionais eram, a tônica do evento. Tomada de posições políticas, superação do quadro de cavalete, participação corporal, tátil e visual do espectador, a nova objetividade propunha uma nova ação – e reação – frente
às artes. Nos termos de Hélio Oiticica. "A nova objetividade" era uma “chegada'’ constituída de “múltiplas tendências”. A diversidade de trabalhos e caminhos indicava que a mostra era, sobretudo, uma confluência de diferentes tendências estéticas, e não o lançamento organizado de um movimento artístico.
       
       
       
       
A mostra, bem como os textos que a acompanham,
pode ser lida como desdobramento de outros
eventos que têm lugar na década de 1960, como
as exposições Opinião 65 e 66, no Rio de Janeiro.
O texto de assina-tura coletiva que acompanha
a exposição,A Decla-ração de Princípios Básicos
da Nova Vanguarda”
, defende a liberdade de
criação, o emprego de uma linguagem nova,
a análise crítica da realidade e a "utilização de
meios capazes de reduzir à máxima objetividade
o subjetivismo".
       

Dois grandes módulos organizavam a Nova Objetividade
Brasileira: o primeiro voltado para uma retrospectiva
do objeto na arte brasileira, que acentua a"vocação
construtiva" das nossas produções artísticas; e o segundo
dedicado às manifestações atuais. Entre as peças de
antiarte – definição de Oiticica para a arte feita na época –
que marcaram a mostra e permaneceram como referências,
temos a Caixa de Baratas, de Lygia Pape, e os "objetos
relacionais", O eu e o tu - roupa-corpo-roupa e as "máscaras
sensoriais", de Lygia Clark. O que marcou todo o período,
porém, foi o ambiente Tropicália de Hélio Oiticica. Ele trazia
um labirinto de madeira com chão de areia e pedras, com
araras e plantas tropicais e que, ao final, dava num
aparelho de televisão ligado. A obra acabou emprestando
seu nome para a canção composta por Caetano Veloso,
por sugestão do cineasta Luís Carlos Barreto, e para
o próprio movimento tropicalista. É de Hélio também
o longo texto teórico sobre a mostra e seus artistas,
intitulado Esquema geral da Nova Objetividade”.

Com sua linguagem tropical, pop e de vanguarda - visível
na obra de Oiticica, na Lindonéia de Gerchman e nas capas de
disco -, a Nova Objetividade deixou marcas no Tropicalismo.
     
Esquema Geral da Nova Objetividade
Tropicália
legendas e créditos fotos/obras

 

 
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