espelhos quebrados

Arnaldo Saccomani

Sinto as nuvens de papel
Hoje um carro sobe ao céu
O sapato é de jornal
Mas o incenso é nacional.

Vem me dizer se a cadeira vai morrer
De tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem você.

O amarelo fica azul
E os habitantes vão pro sul
Sinto a vela se apagando
Os marcianos vêm chegando.

Vem sem saber se a cadeira vai morrer
De tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem você.