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Tropicália
Fevereiro
– Após uma noite de conversas com alguns cineastas em um bar de Ipanema, o jornalista Nelson Motta publica no jornal Última Hora uma espécie de manifesto tropicalista bem-humorado intitulado “A cruzada tropicalista”.
Março
– Lançamentos dos discos Caetano Veloso, com arranjos de Júlio Medaglia, Damiano Cozzela e Sandino Hohagen, e Gilberto Gil, com arranjos de Rogério Duprat, ambos pela gravadora Philips.
– Augusto de Campos publica ensaio sobre os dois discos recém-lançados, em O Estado de São Paulo.
– Hélio Oiticica escreve o texto “Tropicália”.
Junho
– Lançamento do LP Os Mutantes, com arranjos de Rogério Duprat, pela Philips.
Julho
– Lançamento, pela Philips, do álbum coletivo Tropicália ou Panis et Circensis, com Caetano, Gil, Gal, Mutantes, Tom Zé e Nara Leão, e arranjos de Duprat.
Agosto
– Hélio Oiticica e Rogério Duarte realizam dois eventos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: a exposição-evento Apocalipopótese e o debate “Cultura e Loucura”, ambos com a presença de Caetano Veloso.
– Augusto de Campos lança o importante livro Balanço da Bossa, em que reúne seus artigos a favor dos tropicalistas.
Setembro
– Gil e Caetano concorrem no Festival Internacional da Canção, da TV Globo, do Rio. “Questão de Ordem”, de Gil, com acompanhamento dos Beat Boys, não se classifica para a fase final. “É proibido proibir”, de Caetano, acompanhado pelos Mutantes, é desclassificada, após violento discurso improvisado por Caetano, em reação às vaias da platéia.
Outubro
– Divino, maravilhoso, programa semanal dos tropicalistas, de caráter experimental, estréia na TV Tupi de São Paulo, com direção de Fernando Faro. Será apresentado até o final de dezembro.
Novembro
– “São São Paulo, meu amor”, de Tom Zé, cantada pelo próprio, vence o IV Festival de MPB da TV Record. “Divino, maravilhoso”, de Caetano e Gil, com Gal, obtém a terceira colocação, e 2001, de Tom Zé e Rita Lee, com os Mutantes, a quarta.
Dezembro
– É lançado Tom Zé, LP solo de estréia do artista, pelo selo Rozenblit.
– No dia 9 de dezembro, Hélio Oiticica e Torquato Neto embarcam rumo a Londres para a exposição do primeiro na Whitechapel Gallery. Ambos permanecem por um ano na Europa.
– No dia 13, o governo militar edita o Ato Institucional nº 5, que solapou os direitos civis e suprimiu a liberdade de expressão artística. No dia 27, Gil e Caetano são presos em São Paulo e levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio.