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Reportagens Históricas

Caetano Veloso é vítima do tropicalismo
Jornal do Brasil – 17 de setembro de 1968

Vaiado e agredido no Teatro da Universidade Católica, o cantor Caetano Veloso recusou-se a defender É Proibido Proibir, uma das seis músicas classificadas para representar São Paulo na fase nacional do Festival da Canção, no Rio.

O líder do tropicalismo, ao invés de cantar sua música, fez discurso para a platéia de estudantes, que lhe atirava tomates, ovos, bolas de papel, dizendo não entender um procedimento desses em jovens, “porque vocês querem tomar o poder no Brasil, mas no fundo são iguais ao pessoal do Comando de Caça aos Comunistas (CCC)”.

Que juventude é essa?
Caetano Veloso apareceu para defender sua música com as mesmas roupas que usara na primeira eliminatória: calça e blusa de plástico. A reação do público ao vê-lo foi muito mais violenta que a anterior, pois, além de vaiá-lo ensurdecedoramente, passou a lhe dirigir palavrões. Caetano Veloso entrou amedrontado para cantar, acompanhado do conjunto Os Mutantes. Quando lhe atiraram papel, ovos e tomates, ele procurou desviar-se, mas era impossível ouvi-lo.
Foi a partir daí que desistiu de cantar:
-Mas será que essa é a mesma juventude que quer tomar o poder? Mas afinal, que juventude é essa, que não entende das coisas?
O cantor Gilberto Gil, que subiu ao palco para, abraçado com Caetano Veloso, receber as vaias, ria da reação do público. Caetano Veloso, ainda procurou cantar de costas, em sinal de protesto, mas como isso fosse impossível retirou-se do palco.

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