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Um misto de emoção e alegria, apesar do tom de despedida. Assim foi o clima que marcou o show Barra 69 que reuniu uma platéia de duas mil pessoas, incluindo nomes como Jorge Amado e Augusto de Campos.
Ao todo, foram três apresentações – uma matinê, o show no dia 20 e mais um espetáculo dia 21. Empolgados, Gil e Caetano recordaram grandes sucessos tropicalistas como Alegria, Alegria, Domingo no Parque e Superbacana e ainda ofereceram em primeira mão para a festiva platéia musicas inéditas que comporiam seus novos discos, que Rogério Duprat estava finalizando. Quem acompanhou as canções da dupla durante os shows foi o Leif’s, um grupo de rock jovem de Salvador, composto pelos irmãos Pepeu, Carlinhos e Jorginho Gomes. Aliás, foi assim que, tempos depois desta incursão no mundo tropicalista, Pepeu e Jorginho passaram a fazer parte do grupo Novos Baianos.
O final deste memorável show não poderia ter sido mais apoteótico. A platéia toda em pé, ouvindo pela primeira vez aquele que seria um dos maiores sucessos de Gilberto Gil, a canção “Aquele Abraço”, composta após Gil deixar a prisão, rumo a Salvador. Sentindo toda a emoção da despedida, quando soube que poderiam sair do País, Gil começou a pensar na música. O bordão “Aquele Abraço”, do comediante Lilico na televisão, também usado pelos soldados do quartel no Rio para cumprimentar Gil tinha tudo a ver com o momento e passou a ser o refrão da canção. Ironicamente, Gil não pode acompanhar o sucesso de seu compacto com “Aquele Abraço”, que vendeu mais de 300 mil cópias, pois já estava exilado, na Europa.
Toda a emoção do show no Teatro Castro Alves de Salvador, em 20 de julho de 1969, ficou registrada no disco Barra 69.