Ilumencarnados seres

Três trópicos da tropicália

a formação de um tropicalista

Meu pai foi um grande empresário. Construiu 18 usinas hidroelétricas na região sudoeste da Bahia. Minha mãe o acompanhou. O casamento era uma empresa. Ela cuidava dos cinco filhos homens. Eu fui, como se dizia, ‘criado com Toddy’ em termos de cultura, ou seja, supernutrido. Em primeiro lugar, meu pai era um homem muito culto, falava vários idiomas e obrigou a gente a estudar desde pequeno. Eu sou sobrinho do professor Anísio Teixeira que até virou personagem de nota de dinheiro. Ele foi o cara que reformulou a educação no Brasil. Então, na Bahia, eu tive uma formação muito especial, intelectual mesmo. Meu tio, Nestor Duarte, que era um dos maiores juristas do Brasil, e romancista também, incumbiu-se da minha educação. Eu fui aluno de Martim Gonçalves, na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, daquela turma do reitor Edgar Santos. Daí porque o Caetano já tinha admiração por mim, porque eu fui rebento dessa primeira geração experimental do Brasil. Ganhei uma bolsa de estudos do INEP dada pelo Anísio Teixeira e fui para o Rio de Janeiro. O que ocorreu comigo é que eu saí da Bahia um pouquinho antes do pessoal, em final de 59 para 60, e a turma veio depois. O Caetano, o pessoal só chegou ao Rio mais ou menos após 64. Essa é a única diferença.

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