Ilumencarnados seres
Três trópicos da tropicália
black music
Eu me impressionava com a modernidade de Hendrix (e disse isso a Augusto na entrevista para o Balanço da bossa): seu canto falado, sempre meio escondido atrás dos sons dos instrumentos, sua guitarra meio blues meio Stockhausen, sua figura marginal, tudo fazia dela um emblema da época, tudo levava a pensar que nele os temas fundamentais se radicalizavam. Mas havia para meu gosto, muita confusão em seu som, muito prato de bateria, muito “jazz”. Por um lado, eu não conseguia gostar mais daquilo do que gostava dos Beatles, e, por outro, sentia-me atraído por James Brown e seus gritos limpidamente rasgados sobre o suingue enxuto de sua banda. Jimi Hendrix, comparado com ele, parecia algo importante e sério, embora ingênuo. Mas a música de puro entretenimento de Brown, além de ser mais facilmente agradável, era representativa de uma tradição americana de precisão que me interessa grandemente. Os estilos criados por negros nesse ambiente de culto da nitidez são absolutamente, maravilhosos: havia em James Brown um encanto que reencontro em Stevie Wonder, Prince e Michael Jackson.
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