Ilumencarnados seres
Três trópicos da tropicália
tornar-se tropicalista
O tropicalismo começou em mim dolorosamente. O desenvolvimento de uma consciência social, depois política e econômica, combinada com exigências existenciais, estéticas e morais que tendiam a pôr tudo em questão, me levou a pensar sobre as canções que ouvia e fazia. Tudo o que veio a se chamar de tropicalismo se nutriu de violentações de um gosto amadurecido com firmeza e defendido com lucidez. (….) Eu me sentia num país homogêneo cujos aspectos de inautenticidade ‑ e as versões de rock sem dúvida representavam um deles ‑ resultavam da injustiça social que distribuía a ignorância, e de sua macromanifestaçào, o imperialismo, que impunha estilos e produtos.
(…)
Imagine‑se com que força eu não tive que pensar contra mim mesmo para chegar a ouvir Roberto e Beatles e Rolling Stones ‑ e mesmo Elis ‑ com amor. Zé Celso gostava de dizer que havia um forte componente masoquista no tropicalismo. De fato havia como que uma volúpia pelo antes considerado desprezível. Mas eu ‑ que como já contei, terminei passeando entre pilhas de latas de supermercado por prazer estético não me entreguei a essa volúpia sem dedicar‑lhe à interpretação todas as minhas horas de crescente insônia.
Mais:
- » tornar-se tropicalista
- » concretos
- » o novo cinema de glauber rocha
- » objetivos do movimento
- » modernismos de 22
- » a lindonéia de nara
- » origens
- » conversando com zé celso
- » as energias criativas
- » a mpb na tv
- » o nome
- » a noite de “alegria, alegria”
- » baby
- » black music
- » caymmi
- » janis
- » joão gilberto
- » música popular nos anos 60
- » oswald no oficina
- » stones, beatles e dylan
- » terra em transe